Rumo a Europa, lua-oceano de Júpiter
A Nasa acaba de anunciar os nove instrumentos que devem voar na espaçonave destinada a explorar Europa, a lua oceânica de Júpiter com maior potencial para abrigar vida.
HABITABILIDADE
Segundo Curt Niebur, cientista do programa de Europa no Quartel-General da Nasa, o objetivo principal da missão é caracterizar o ambiente da lua e identificá-lo como habitável, ou seja, capaz de permitir a existência de vida. Cinco perguntas deverão ser respondidas:
– Quão profundo e salgado é o oceano?
– Quão espessa é a crosta de gelo?
– Quão ativa é a crosta de gelo?
– O que é o material marrom na superfície?
– Onde estão as plumas e o que há nelas?
A agência espacial recebeu 33 propostas de instrumentos e selecionou 9 delas para a missão.
Confira a lista:
Vista de longe, ela é apenas uma bola de gelo — nada mais que um pequeno ponto de luz, observado pela primeira vez por Galileu Galilei em 1610. Contudo, os sobrevoos realizados pelas Voyagers, em 1979 e 1980, e mais tarde pela sonda Galileo, nos anos 1990, revelaram a presença de um oceano global de água líquida sob a superfície congelada, além de muitos mistérios intrigantes. O segredo para a persistência de água em estado líquido é o poderoso efeito de maré exercido pelo planeta gigante, conforme a lua gira em torno dele. Em Europa, esse oceano deve ter existido por bilhões de anos”, disse John Grunsfeld, vice-administrador científico da Nasa. “Estou muito empolgado. A maioria dos cientistas acredita que foi num ambiente muito parecido com o que existe em Europa, em fontes hidrotermais no leito oceânico, que a vida surgiu na Terra. “Caso encontremos indicações de seres vivos em Europa, é um sinal de que há vida em toda parte na galáxia”, afirma Jim Green, diretor de ciência planetária da agência espacial americana.
CRONOGRAMA
A missão deve partir no início da próxima década — o ano exato ainda não foi especificado, assim como o tempo de viagem até Júpiter, que depende do veículo lançador e da trajetória escolhidos para a viagem. Não há orçamento fechado, mas estima-se um custo de US$ 2 bilhões, sem contar o preço do lançamento. Após entrar em órbita do planeta gigante, a sonda deve realizar 45 sobrevoos de Europa, ao longo de dois anos e meio. Com isso, fará um mapeamento detalhado de cerca de 90% da superfície, com resolução capaz de identificar estruturas de 50 metros. E, em locais específicos, a resolução será ainda maior — espera-se que alguns sobrevoos atinjam uma distância de meros 25 km da superfície. E pensar que as belas imagens da Galileo representam meros 10% do solo europano a uma resolução de 200 metros. Será uma revolução na compreensão desse intrigante mundo.
A missão deve partir no início da próxima década — o ano exato ainda não foi especificado, assim como o tempo de viagem até Júpiter, que depende do veículo lançador e da trajetória escolhidos para a viagem. Não há orçamento fechado, mas estima-se um custo de US$ 2 bilhões, sem contar o preço do lançamento. Após entrar em órbita do planeta gigante, a sonda deve realizar 45 sobrevoos de Europa, ao longo de dois anos e meio. Com isso, fará um mapeamento detalhado de cerca de 90% da superfície, com resolução capaz de identificar estruturas de 50 metros. E, em locais específicos, a resolução será ainda maior — espera-se que alguns sobrevoos atinjam uma distância de meros 25 km da superfície. E pensar que as belas imagens da Galileo representam meros 10% do solo europano a uma resolução de 200 metros. Será uma revolução na compreensão desse intrigante mundo.
SUPERFÍCIE E OCEANO
A quase completa ausência de crateras em Europa indica que a superfície da lua joviana — que tem mais ou menos o tamanho da nossa — está constantemente se renovando. Isso sugere que há intercâmbio de materiais entre o oceano e o solo. Um dos maiores mistérios de Europa, aliás, é o material marrom que se distribui ao longo de fissuras na superfície. O que pode ser? Recentemente, um estudo sugeriu que poderia ser o sal do oceano, reagindo com o ambiente de radiação que incide sobre o solo. Mas as respostas definitivas só virão com a nova missão. Outro fenômeno a ser investigado pela nova sonda é a presença de plumas de água sendo ejetadas da superfície de Europa — possivelmente fornecendo acesso direto ao conteúdo do oceano no subsolo. O Telescópio Espacial Hubble chegou a detectar evidência de plumas, mas uma única vez até agora.
A quase completa ausência de crateras em Europa indica que a superfície da lua joviana — que tem mais ou menos o tamanho da nossa — está constantemente se renovando. Isso sugere que há intercâmbio de materiais entre o oceano e o solo. Um dos maiores mistérios de Europa, aliás, é o material marrom que se distribui ao longo de fissuras na superfície. O que pode ser? Recentemente, um estudo sugeriu que poderia ser o sal do oceano, reagindo com o ambiente de radiação que incide sobre o solo. Mas as respostas definitivas só virão com a nova missão. Outro fenômeno a ser investigado pela nova sonda é a presença de plumas de água sendo ejetadas da superfície de Europa — possivelmente fornecendo acesso direto ao conteúdo do oceano no subsolo. O Telescópio Espacial Hubble chegou a detectar evidência de plumas, mas uma única vez até agora.
HABITABILIDADE
Segundo Curt Niebur, cientista do programa de Europa no Quartel-General da Nasa, o objetivo principal da missão é caracterizar o ambiente da lua e identificá-lo como habitável, ou seja, capaz de permitir a existência de vida. Cinco perguntas deverão ser respondidas:
– Quão profundo e salgado é o oceano?
– Quão espessa é a crosta de gelo?
– Quão ativa é a crosta de gelo?
– O que é o material marrom na superfície?
– Onde estão as plumas e o que há nelas?
A agência espacial recebeu 33 propostas de instrumentos e selecionou 9 delas para a missão.
Confira a lista:
PIMS – Instrumento de Plasma e Sondagem Magnética – Ele analisará o ambiente de Europa, determinando a espessura da cobertura de gelo, a profundidade do oceano e seu grau de salinidade.
ICEMAG – Caracterizaçãodo Interior de Europa usando Magnetometria – Um magnetômetro que trabalhará em parceria com o PIMS para produzir uma virtual “ressonância magnética” da lua, permitindo inferir sua estrutura sob o solo.
MISE – Espectromêtro de Mapeamento de Imagens para Europa – Ele colherá assinaturas de luz emanadas da superfície a fim de determinar a composição do solo, identificando compostos orgânicos, sais e ácidos.
EIS – Sistema de Imageamento de Europa – Duas câmeras que farão o mapeamento quase completo da lua — cerca de 90% com resolução de 50 metros, e algumas regiões com 100 vezes mais detalhes (50 cm).
REASON – Radar para Estudo e Sondagem de Europa: Oceano até perto da Superfície — Um radar designado para caracterizar a crosta gelada europana, revelando possíveis lagos liquefeitos que estejam mais próximos da superfície, ou regiões em que a crosta é mais fina.
E-THEMIS – Sistema de Imageamento de Emissão Térmica de Europa — É basicamente um detector de calor com alta resolução, que permitirá identificar sítios ativos na superfície, como potenciais fontes de plumas.
MASPEX – Espectrômetro de Massa para Exploração Planetária/Europa – Esse instrumento permitirá colher amostras tênues da superfície e do oceano de Europa que tenham sido ejetadas para o espaço, determinando sua composição com precisão.
UVS – Espectrógrafo Ultravioleta/Europa – É um detector de plumas, que usará a mesma técnica aplicada pelo Hubble, mas com a vantagem de estar lá, a fim de decifrar o enigma das emissões europanas.
SUDA – Analisador de Massa de Poeira Superficial – Ele analisará a composição de pequenas partículas sólidas ejetadas de Europa.
Esse é o começo de mais uma empolgante aventura científica em busca de ambientes habitáveis e quiçá vida em outro lugar do Universo. O duro é esperar até a missão voar, na década de 2020.
Fonte: Salvador Nogueira - Mensageiro Sideral
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