Novo rastreio de exoplanetas descobre o seu primeiro objeto
Imagem artística do planeta NGTS-1b, o primeiro a ser
descoberto com o sistema NGTS, instalado no Observatório do Paranal do ESO.
Trata-se de um planeta do tipo Júpiter quente, pelo menos tão grande como
Júpiter no nosso Sistema Solar, mas com cerca de 20% menos massa. Encontra-se
muito próximo da sua estrela — a apenas 3% da distância entre a Terra e o Sol —
e orbita a sua estrela a cada 2,6 dias, o que significa que um ano em NGTS-1b
dura cerca de 2 dias e meio.Crédito: Universidade de Warwick/Mark Garlick
A rede NGTS (Next Generation Transit Survey) instalada no
Observatório do Paranal do ESO, no norte do Chile, descobriu o seu primeiro
exoplaneta, um Júpiter quente em órbita de uma estrela anã do tipo M, à qual se
deu o nome de NGTS-1. O planeta chamado NGTS-1b é apenas o terceiro planeta
gigante que se observou a transitar uma estrela deste tipo, seguindo-se a
Kepler-45b e HATS-6b. NGTS-1b trata-se do maior e o mais massivo dos três, com
um raio de 130% e uma massa de 80%, relativamente a Júpiter.
Imagem artística do planeta NGTS-1b, o primeiro a ser
descoberto com o sistema NGTS, instalado no Observatório do Paranal do ESO.
Trata-se de um planeta do tipo Júpiter quente, pelo menos tão grande como
Júpiter no nosso Sistema Solar, mas com cerca de 20% menos massa. Encontra-se
muito próximo da sua estrela — a apenas 3% da distância entre a Terra e o Sol —
e orbita a sua estrela a cada 2,6 dias, o que significa que um ano em NGTS-1b
dura cerca de 2 dias e meio.Crédito: Universidade de Warwick/Mark Garlick
O NGTS é constituído por uma rede de doze telescópios de 20
cm e procura pequenos decréscimos no brilho de uma estrela causados quando um
planeta em sua órbita passa à sua frente (o chamado trânsito), bloqueando parte
da sua luz. Assim que NGTS-1b foi descoberto, a sua existência foi confirmada
por observações de seguimento feitas no Observatório de La Silla do ESO:
observações fotométricas obtidas com a EulerCam montada no Telescópio suíço de
1,2 metros Leonhard Euler; e observações espectroscópicas feitas com o
instrumento HARPS montado no telescópio de 3,6 metros do ESO.
Planetas pequenos são relativamente comuns em torno de
estrelas anãs do tipo M, no entanto gigantes gasosos como NGTS-1b aparecem mais
raramente em torno destas estrelas do que em torno de estrelas mais parecidas
com o Sol. Este facto é consistente com as atuais teorias da formação
planetária, no entanto precisamos de mais observações de estrelas anãs do tipo
M antes de termos um conhecimento mais aprofundado do número de planetas
gigantes que se encontram em sua órbita.
O NGTS foi especificamente concebido
para obter dados melhores relativos a planetas em órbita de estrelas anãs do
tipo M e, uma vez que estas estrelas correspondem a cerca de 75% de todas as
estrelas na Via Láctea, estudá-las ajudará os astrónomos a compreender melhor a
principal população de planetas na Galáxia.
O futuro pode revelar-se bem interessante no que respeita a
este sistema exoplanetário, uma vez que poderá ser estudado com grande detalhe
pelo complemento de instrumentos que serão colocados a bordo do Telescópio
Espacial James Webb da NASA/ESA/CSA (JWST), o qual deverá ser lançado em 2019.
Fonte: Astronomia OnLine
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