A sonda Voyager 1 usou seus propulsores auxiliares pela primeira vez em 37 anos
Imagine tentar ligar um carro
parado em uma garagem há 37 anos, e a mais de 20 bilhões de quilômetros de
distância. Foi o que a NASA fez esta
semana com a sonda espacial Voyager 1 – e funcionou. Quatro dos propulsores da
Voyager 1, a única que já alcançou o espaço interestelar, estavam adormecidos
desde 1980, apenas três anos depois que a sonda foi lançada no universo. Agora,
precisaram voltar à ativa.
Nos últimos anos, a sonda estava
utilizando apenas seus “propulsores de controle de atitude”, para manter sua
antena orientada para a Terra, de forma que pudesse continuar a se comunicar
conosco. Esses propulsores disparam pequenos pulsos de apenas milissegundos. Só
que, nos últimos três anos, eles se degradaram, preocupando o time da Voyager. Os especialistas em propulsão
Carl Guernsey e Todd Barber, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA
(Califórnia, EUA) consideraram diferentes intervenções e como a sonda poderia
responder a cada uma.
A melhor ideia pareceu tentar
iniciar os quatro propulsores dormentes, “propulsores de manobra de correção da
trajetória”, localizados na parte de trás da nave espacial, na esperança de que
eles pudessem assumir o cargo de orientar corretamente a Voyager. Nos primeiros dias da missão,
esses propulsores, de tamanho e funcionalidade idênticos aos propulsores de
controle de atitude, foram usados para manter os instrumentos da sonda
direcionados a Júpiter, Saturno e suas luas, quando Voyager voou por eles.
Os engenheiros examinaram dados
de décadas e decifraram o código de software desatualizado para se certificar
de que poderiam tentar reativá-los sem causar danos à sonda. Depois de um teste da sua capacidade
de orientar a nave espacial, usando pulsos de dez milissegundos, os cientistas
esperam 19 horas e 35 minutos até que os dados chegassem à Terra, e receberam a
boa notícia: os propulsores estavam operacionais.
Com esse sucesso, a Voyager 1
ganhou mais dois a três anos de vida. O plano da equipe é ativar os propulsores
traseiros em estágios, visto que eles requerem aquecedores (e portanto
energia), o que é uma tensão para a sonda em envelhecimento. Quando não houver
mais energia para eles, a função voltará para os propulsores de controle de
atitude.Os engenheiros provavelmente
tentarão o mesmo com a sonda gêmea Voyager 2, quando seus propulsores de
controle de atitude começarem a falhar também. Atualmente, eles estão em melhor
forma do que os da Voyager 1.
A sonda se encontra na periferia do nosso sistema
solar, e entrará no espaço interestelar nos próximos anos. Isso significa que
continuaremos em contato com as sondas por pelo menos mais alguns anos, à
medida que elas viajam a quase 58.000 km/h pelo universo.
Fonte: http://mentalfloss.com
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