Astrofísicos medem padrões de rotação precisos de estrelas semelhantes ao Sol pela primeira vez
Estrelas
parecidas com o Sol têm um movimento de rotação que é duas vezes e meia mais
rápido no equador do que nas suas altas latitudes, uma descoberta feita por
pesquisadores da NYU Abu Dhabi desafia a ciência sobre como as estrelas giram.
Até agora, pouco era conhecido sobre os padrões de rotação de forma precisa de
estrelas parecidas com o Sol, a única coisa que se sabia era que no equador as
estrelas giram mais rapidamente do que nas altas latitudes, da mesma forma que
o Sol.
Os cientistas na
NYU Abu Dhabi Center for Space Science usaram observações feitas pela missão
Kepler, e também a asterosismologia, ou seja, o estudo das ondas sonoras que
atravessam as estrelas, para determinar com precisão como é o movimento de
rotação de estrelas parecidas com o Sol, de um modo que nenhum outro método
científico foi capaz de determinar até agora.
O estudo
descobriu que estrelas parecidas com o Sol, caracterizadas assim por terem a
mesma massa e idade do Sol, de fato giram de maneira similar ao Sol, nas
regiões equatoriais, de forma mais rápida do que nas altas e médias latitudes.
Mas existe uma diferença fundamental. O equador do Sol gira, cerca de 10% mais
rápido que suas latitudes intermediárias, enquanto que em estrelas parecidas com
o Sol a rotação no equador é cerca de 2 vezes e meia mais rápida.
“Isso é
inesperado, e desafia as atuais simulações numéricas, que sugerem que as
estrelas como essas não seriam capazes de sustentar uma diferença rotacional
dessa magnitude”, disse Othman Benomar, pesquisador associado na NYU Abu Dhabi
Center for Space Science e liderou o estudo publicado na revista Science.
“Entender essa
diferença na rotação, ou seja, como partes da estrelas giram mais rápida que
outras, não é só importante para se entender de forma completa como as estrelas
funcionam, isso irá ajudar a ter um conhecimento profundo sobre os campo
magnéticos das estrelas”, explicou Katepalli Sreenvivasan, principal
pesquisador da NYU Abu Dhabi Center for Space Science.
Os campos magnéticos
no Sol têm sido conhecidos por causar as enormes tempestades solares que
frequentemente perturbam os satélites no espaço e que podem até mesmo causar
problemas nas malhas energéticas na Terra. Os cientistas
concordam que a rotação do Sol tem um papel crucial na geração do campo
magnético solar, mas os detalhes exatos ainda permanecem um mistério, apesar do
Sol ter sido observado e estudo em grande detalhe.
Sreenivasan
adicionou, “aprender mais sobre como as estrelas giram e geram seus campos
magnéticos poderia nos ajudar a entender mais sobre o dínamo solar, o processo
físico que gera o campo magnético do Sol”.
Fonte: https://phys.org
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