Nubéculas em torno do buraco negro supermassivo local
Esta imagem obtida pelo
Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) mostra a região que rodeia
Sagitário A*, o buraco negro supermassivo que se esconde no centro da Via
Láctea — assinalado aqui com um pequeno círculo vermelho. Novos trabalhos de investigação
revelaram evidências da existência de gás e poeira interestelares a orbitar o
buraco negro a altas velocidades.
As nuvens ricas em hidrogénio
molecular que foram identificadas são conhecidas por nubéculas moleculares e
nunca tinham sido antes detectadas de forma clara. A imagem mostra, na
realidade, a distribuição de moléculas de monóxido de carbono, a segunda componente
molecular mais abundante das nubéculas. Estas nubéculas situam-se a cerca de
26000 anos-luz de distância da Terra, em órbita rápida e próxima do buraco
negro, a uma distância de cerca de um ano-luz deste objeto.
A elevada resolução
do ALMA permitiu aos cientistas detectar estas nubéculas, que resultaram de
nuvens massivas pré-existentes que rodavam em torno do centro da galáxia. Estas
nuvens foram desfeitas por ação de forças de maré, dando origem a fragmentos
densos e a componentes de vida curta e densidade mais baixa. Estes últimos
foram identificados graças a sinais deixados pela passagem de radiação de
sincrotão emitida por Sagitário A*
através de gás difuso existente entre as nubéculas.
Apesar das nuvens de gás
molecular terem o potencial para formar novas estrelas, é pouco provável que
estas nubéculas dêem origem a estrelas bebés, uma vez que a sua massa é
relativamente pequena — cerca de 60 vezes a massa do Sol — e existem próximo
das fortes e turbulentas forças gravitacionais exercidas por Sagitário A*.
Apesar das estrelas que
orbitam Sagitário A* terem sido sistematicamente observadas, estas nubéculas
moleculares densas não tinham ainda sido detectadas tão próximo do centro da
nossa Galáxia.
Fonte: ESO
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