Pode ser que tenhamos descoberto o "irmão gêmeo" e perdido do nosso Sol
Há muito se imagina que o Sol
não seja um filho único: em seu berço estelar, ele deve ter sido
"gerado" com várias outras estrelas, e especula-se que haveria, entre
elas, uma espécie de irmã gêmea quase idêntica, que teria sido sua companheira binária
feita do mesmo material estelar, mas que, em algum momento da história do
universo, acabou rumando a um caminho independente. Agora, astrônomos acreditam
que acabaram de encontrar esse irmão perdido.
O astro chamado HD 186302
está localizado a 184 anos-luz da Terra, e ele é estranhamente parecido com o
Sol. A estrela é do tipo G, um pouquinho maior do que o Sol, na verdade, mas
tem aproximadamente a mesma temperatura e luminosidade em sua superfície, além
de abundância química extremamente similar à da nossa estrela, com
aproximadamente a mesma idade: cerca de 4,5 bilhões de anos.
Ainda não sabemos exatamente
onde o Sol nasceu, então cada vez que a ciência crê ter encontrado uma estrela
que pode ter nascido no mesmo lugar do nosso astro, é algo a se comemorar. Em
2014, por exemplo, a estrela do tipo F chamada HD HD162826 foi identificada
como uma irmã estelar do nosso Sol. E, "como não há muita informação sobre
o passado do Sol, estudar essas estrelas pode nos ajudar a entender onde a na
galáxia e sob quais condições o Sol foi formado", conforme explicou o
astrônomo Vardan Adibekyan.
A estrela HD 186302 é a que se encontra no centro da imagem (Imagem: CDS Portal/Simbad)
A maioria das estrelas que
conhecemos nasce em grupos que podem chegar aos milhares, nos chamados
berçários estelares, que são gigantescas nuvens de gás e poeira que
gradualmente colapsam sob seu próprio peso, formando os primeiros estágios das
estrelas recém-nascidas. Eventualmente, estrelas são "lançadas" para
viverem por conta própria na galáxia, com boa parte delas mantendo pelo menos
uma companheira em um sistema binário. Estima-se, inclusive, que até 85% de
todas as estrelas da Via Láctea sejam binárias (ou mesmo parte de sistemas
triplos ou quádruplos), e mais de 50% das estrelas semelhantes ao Sol estão em
pares binários.
Mas o nosso Sol é uma estrela
solitária e, nesse sentido, "diferentona". Contudo, evidências já
surgiram indicando que a estrela tinha pelo menos um gêmeo em um sistema
binário, e é exatamente este gêmeo que os astrônomos acreditam que seja o HD
186302. Definitivamente, os "irmãos" do Sol estão por aí, espalhados
pela galáxia, e encontrá-los é parte essencial no entendimento da formação do
nosso astro e, consequentemente, do Sistema Solar.
Além disso, como o Sol tem em
seu sistema o único planeta conhecido por nós onde a vida floresceu, encontrar
uma estrela "gêmea" com similares tamanho, idade, luminosidade,
temperatura e composição química pode significar que, caso esse outro astro
também tenha formado seu próprio sistema de planetas e luas, é possível que ali
a vida também tenha ocorrido. Para Adibekyan, "se tivermos sorte, e nosso
candidato tiver um planeta, e o planeta for rochoso, na zona habitável e,
finalmente, se este planeta estiver 'contaminado' pelas sementes vitais que
atingiram a Terra, então teremos o que se poderia sonhar: uma Terra 2.0
orbitando um Sol 2.0".
Resta, a partir de agora,
estudar ainda mais a fundo a estrela HD 186302 para identificar se há planetas
em sua órbita e, a partir daí, analisar o potencial de habitabilidade deles
para, quem sabe um dia, confirmarmos que a Terra não é o único planeta da
galáxia onde a vida existe.
Fonte: Msn
Science Alert
Comentários
Postar um comentário
Se você achou interessante essa postagem deixe seu comentario!