Cientistas descobrem a matéria escura 'desaparecida' desde o início do universo
A matéria escura existe nas
galáxias há muito tempo. A maioria das galáxias que já existia há 10 bilhões de
anos tinha tanta matéria escura quando elas têm hoje. Isso contraria estudos
que sugerem que no início do universo havia menos matéria escura.
“Matéria escura era tão
abundante em galáxias em formação no passado distante quanto hoje em dia”, dia
Alfred Tiley, astrônomo da Universidade Durham (Inglaterra) e pesquisador
principal do trabalho. A pesquisa será publicada na revista Monthly Notices,
mas já está disponível no site arXiv.
A matéria escura compõe 85%
da massa total de nosso universo conhecido, mas ela não interage com luz, o que
dificulta seu estudo. Ao invés de tentar vê-la, os astrônomos devem prestar
atenção na força gravitacional que ela exerce sobre matéria comum. Eles
observam como estrelas, nébulas e planetas reagem à matéria escura.
A matéria escura tente a se
acumular em aréolas ao redor de galáxias. Isso foi descoberto da seguinte
forma: de acordo com a lei da gravidade de Newton, as estrelas periféricas
deveriam ter rotação mais lenta que as do centro, mas em 1960, astrônomos
observaram que estrelas nessas regiões rotavam rapidamente. Isso indicava que
havia alguma outra força atuando sobre elas.
No estudo atual, os pesquisadores
usaram dados de duas observações de 1,5 mil galáxias que formam estrelas para
calcular as taxas de rotação de galáxias há 10 bilhões de anos. Você pode
imaginar que fazer esta medição em um passado tão distante é muito complicado,
porque essas galáxias anciãs são incrivelmente distantes e difíceis de
visualizar.
“Nossa estimativa de
quantidade de matéria escura em galáxias é uma média da população inteira em
cada época. A quantidade de matéria escura em galáxias individuais pode variar
significativamente”, diz Tiley ao Live Science.
O estudo recente foi
questionado por um pesquisador que conseguiu resultados diferentes. “A nova
pesquisa usa apenas uma de quatro técnicas independentes que usamos em nosso
trabalho”, diz o astrônomo Reinhard Genzel do Instituto Max Planck (Alemanha).
Ele publicou um trabalho anterior que concluiu que galáxias do início do
universo tinham menos matéria escura que as galáxias mais jovens. Esses estudos
analisou galáxias maiores e usou modelos diferentes para medir a quantidade de
matéria.
Tiley se defendeu, afirmando
que as galáxias massivas estudadas por Genzel são raras no universo distante.
“Parece que o resultado deles se aplica a galáxias massivas nessa época
distante, mas ela pode não ser representativa de galáxias com massas
comparativamente menores, como aquelas que estudamos”.
Os resultados do novo estudo
parecem estar de acordo com o esperado pelo Modelo Lambda-CDM que descreve o
nosso universo.
Fonte: Live Science
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