10 Curiosidades sobre o Grande Colisor de Partículas do CERN
Se você tem ao menos algum
interesse em ciência (ou se é fã de The Big Bang Theory), já deve ter ouvido
falar sobre o Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês). Ainda assim,
não é preciso ser nenhum gênio da física para perceber que os detalhes desse
incrível aparelho não são dos mais fáceis de entender, mesmo para quem não é um
completo leigo.
É claro, não é fácil admitir
publicamente certas dúvidas em um mundo em que a cultura nerd se torna cada vez
mais mainstrean e em que a internet virou um abrigo perfeito para haters de
todo tipo. Por esse motivo, comentamos a seguir 10 curiosidades que você pode
querer saber sobre o LHC, mas nunca teve coragem de perguntar.
1
– O que significa “Grande Colisor de Hádrons”?
A primeira é fácil: a palavra
grande se refere ao tamanho do aparelho. O LHC é um amplo túnel circular, com
uma circunferência de 27 quilômetros, enterrado sob uma camada média de 100
metros de terra e rochas. O termo colisor diz respeito ao fato do aparato ser
usado acelerar prótons (e ocasionais íons) em direções opostas, para então
poder colidi-los e mostrar quais partículas resultam do processo.
Na física, os hádrons são uma
família de partículas subatômicas feita de quarks e mantida junta por uma
interação nuclear forte (uma das quatro interações fundamentais, que incluem
ainda a gravitacional, a eletromagnética e a nuclear fraca). Os prótons e os
nêutrons são alguns exemplos de hádrons.
2
– Por que ele fica no subsolo?
Uma das razões é o fato de
que encontrar um imóvel de 27 quilômetros acima da terra é algo realmente caro.
O LHC usa um túnel cavado originalmente para abrigar um colisor diferente, o
Grande Colisor de Elétrons e Pósitrons (LEP, na sigla em inglês), que foi
desativado no ano 2000. Outro detalhe interessante é que toda a terra e rochas
acima do aparelho servem como um excelente escudo contra a radiação natural que
pode alcançar seus detectores.
3
– Qual a semelhança entre o LHC e um Lobisomem?
A resposta é que ambos são
afetados pela lua. Assim como as marés, o solo também está sujeito à atração
lunar. Quando a lua está cheia, a camada terrestre chega a subir até 25
centímetros, movimento que faz com que a circunferência do LHC aumente em até um
milímetro. Pode não parecer muito, mas é o suficiente para que os cientistas
precisem levar isso em consideração.
4
– Qual a semelhança entre o LHC e uma geladeira?
Fica frio, o LHC não é usado
para impedir que a carne do churrasco dos pesquisadores estrague! Na realidade,
a semelhança é que ambos dependem de refrigeração. O Grande Colisor de Hádrons
tem o maior sistema criogênico do mundo e pode ser considerado um dos lugares
mais gelados da Terra.
Para manter os ímãs do
dispositivo na temperatura de supercondução, os cientistas tem que resfriá-los
para 1,9 kelvin (-271,3 graus célsius) – uma temperatura menor do que a do
espaço sideral, que atinge o valor mínimo de -270,5 graus célsius em alguns
pontos. E atingir esse ponto nas escalar de calor não é fácil: são utilizadas
10 mil toneladas de nitrogênio líquido e 90 toneladas de hélio líquido, em um
processo que leva algumas semanas.
5
– O que significa CERN?
É o acrônimo em francês para
o Conselho Europeu para Pesquisa Nuclear, criado em 1952 com o apoio de 11
países. Dois anos depois, o termo “conselho” foi retirado do nome e substituído
por “organização”, mas nenhum dos pesquisadores gostava da nova sigla, então a
anterior permaneceu.
Se o nome da instituição soa
familiar para você mesmo sem conhecer nada sobre o LHC, então existem duas
explicações possíveis: ou você já ouviu falar que foi lá que inventaram a
internet, ou você assistiu ao filme baseado no livro de Dan Brown, “Anjos e
Demônios”.
6
– Quanto custou?
A construção do LHC durou
quase 30 anos e estima-se que ela custou aos países-membros do CERN (e outros
participantes) € 4,6 bilhões (cerca de R$ 14,5 bilhões). Mas isso não é tudo –
como diriam aqueles comerciais de TV paga –, já que também houve mais € 1,43
bilhão (aproximadamente R$ 4,51 bilhões) de gastos com detectores e capacidade
computacional, entre outras coisas.
7
– De quanta eletricidade o LHC precisa para funcionar?
É preciso 120 MW para que o
aparelho funcione, o que equivale ao consumo de energia cantão suíço de
Genebra. Essa quantidade de força seria o suficiente para alimentar 1,2 milhão
de lâmpadas incandescentes de 100 watts ou 120 mil casas medianas da
Califórnia. Estima-se que o custo anual de funcionamento do LHC seja de € 19
milhões (quase R$ 60 milhões).
8
– Qual quantidade de dados que esperam obter do LHC?
Os experimentos do Grande
Colisor de Hádrons contam com cerca de 150 milhões de sensores que fornecem
informações 40 milhões de vezes por segundo. O fluxo de dados é de cerca de 700
MB por segundo, ou cerca de 15 petabytes por ano. Se você tentasse gravar tudo
isso em CDs, acumularia uma torre de 20 km anualmente. E DVDs não seriam uma
opção muito melhor, já que você precisaria de cerca de 100 mil a cada 12 meses.
Para receber esse dilúvio de
informações, o CERN construiu a Grade Mundial de Computação do LHC, uma espécie
de internet privada e super-rápida que conecta cerca de 80 mil computadores
para que analisem os dados do colisor.
9
– O LHC pode criar um buraco negro que vai engolir a Terra?
Se você já tinha ouvido falar
de aceleradores de partículas (não importa qual seja), provavelmente já ouviu
teorias apocalípticas de que esses dispositivos poderiam dar origem a buracos
negros que consumiriam nosso planeta, entre outras coisas.
Mesmo considerando que o LHC
tem uma remota chance de criar um micro buraco negro, o produto teria uma
medida e uma massa tão insignificantes que teria dificuldades para absorver
sequer um próton, quanto mais um planeta inteiro. Outras teses apocalípticas
(como a criação de strangelets, de monopolos magnéticos ou da “bolha-vácuo”),
embora em teoria sejam minimamente possíveis, são altamente improváveis.
10 – É possível ajudar nas pesquisas?
Embora uma equipe de mais de
7 mil cientistas esteja cuidando da ciência propriamente dita, qualquer pessoa
com um computador e acesso à internet pode ajudar com o processamento de dados.
O projeto LHC@home (algo como “LHC em casa”, em tradução livre) permite que
você contribua no tempo livre do seu computador para ajudar a calcular
simulações do colisor.
Fonte: Mega Curioso
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