A busca por candidatos a buraco negro
Astrônomos conceituam que na formação dos grandes buracos negros estão buracos negros médios – até hoje não constatados e objeto de uma procura intensa
Galáxia NGC1313: sua fonte emissora de raios X pode se encaixar no perfil dos objetos procurados pelos astrônomos. Crédito: ESO
Na vastidão do universo, os
buracos negros mais pesados cresceram a partir de
sementes. Alimentadas pelo gás
e poeira que consumiram, ou pela fusão com outros objetos densos, essas
sementes cresceram em tamanho e peso para formar os centros das galáxias, como
a Via Láctea. Mas, diferentemente do reino das plantas, as sementes de buracos
negros gigantes devem ter sido buracos negros também. E ninguém encontrou essas
sementes – ainda.
Uma ideia é que buracos
negros supermassivos (equivalentes, em massa, a centenas de milhares de bilhões
de estrelas) cresceram a partir de grupos de buracos negros menores nunca
vistos antes. Esse grupo, os “buracos negros de massa intermediária”, pesaria
algo entre 100 e 100 mil sóis. Entre as centenas de buracos negros encontrados
até agora, existem muitos relativamente pequenos, mas nenhum com certeza no
segmento intermediário da faixa de massa.
Os cientistas estão
trabalhando com poderosos telescópios espaciais da Nasa e de outros
observatórios para rastrear objetos distantes que se encaixam na descrição
dessas entidades exóticas. Eles encontraram dezenas de possíveis candidatos e
estão trabalhando para confirmá-los como buracos negros. Dois desses candidatos
são o NGC1313-1, a fonte luminosa de raios X da galáxia NGC1313 (mostrada na
foto acima), e o M82 X-1, a mais brilhante fonte de raios X da galáxia M82.
Mistério
da formação
Mas, se os astrônomos
realmente confirmarem a existência desses buracos negros de massa
intermediária, a descoberta deflagra um novo mistério: como eles se formaram?
“O que é fascinante, e por
que as pessoas gastaram tanto tempo tentando encontrar esses buracos negros de
massa intermediária, é porque eles lançam luz sobre processos que aconteceram
no universo primitivo, quais eram as massas de buracos negros antigos e novos
mecanismos de formação de buracos negros nos quais ainda não pensamos”, disse
Fiona Harrison, professora de física em Caltech em Pasadena (Califórnia) e
principal pesquisadora da missão NuSTAR da Nasa.
Fonte: Revista Planeta
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