À procura de vida nos espectros de exoplanetas
Esta impressão artística mostra uma vista da superfície do
planeta Proxima b, o qual orbita a estrela anã vermelha Proxima Centauri, a
estrela mais próxima do Sistema Solar. A estrela dupla Alfa Centauri AB também
pode ser vista na imagem por cima e à direita de Proxima Centauri. Proxima b é
um pouco mais massivo que a Terra e orbita na zona habitável de Proxima
Centauri, zona onde a temperatura permite a existência de água líquida à
superfície do planeta. Crédito: ESO/M. Kornmesser
Um cientista de
Cornell criou uma maneira de discernir vida em exoplanetas que deambulam em
torno de outras vizinhanças cósmicas: uma espécie de guia de campo espectral.
Zifan Lin
desenvolveu modelos espectrais de alta resolução e cenários para dois exoplanetas
que podem abrigar vida: Proxima b, na zona habitável da nossa vizinha estelar
mais próxima, Proxima Centauri, e TRAPPIST-1e, um dos três possíveis candidatos
a exoplanetas semelhantes à Terra no sistema TRAPPIST-1.
O artigo, em
coautoria com Lisa Kaltenegger, professora associada de astronomia e diretora
do Instituto Carl Sagan de Cornell, foi publicado no dia 18 de novembro na
revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
"Para
investigar se existem sinais de vida noutros mundos, é muito importante
entender os sinais de vida que aparecem nas leves impressões digitais de um
planeta," disse Lin. "A vida nos exoplanetas pode produzir uma
combinação característica de moléculas na sua atmosfera - e elas tornam-se
sinais reveladores nos espectros de tais planetas."
"Num futuro
próximo, veremos a atmosfera destes mundos com novos e sofisticados telescópios
terrestres, que nos permitirão explorar o clima do exoplaneta e descobrir a sua
biota", disse.
Na busca por
mundos habitáveis, as anãs M chamam a atenção dos astrónomos, já que o Universo
local está repleto destes sóis que, segundo Lin, representam 75% do cosmos
próximo.
Por toda a Via
Láctea, a nossa Galáxia, os astrónomos descobriram mais de 4000 exoplanetas,
alguns na zona habitável da sua estrela - uma área que fornece condições
adequadas para a vida.
Para explorar a
atmosfera destes lugares, os cientistas precisam de grandes telescópios de
próxima geração, como o ELT (Extremely Large Telescope), atualmente em
construção no Deserto de Atacama no Chile; espera-se que fique operacional em
2025. Os cientistas podem apontar o instrumento - com um impecável espelho
primário com cerca de metade do tamanho de um campo de futebol - para Proxima b
e TRAPPIST-1e. O telescópio terá mais de 250 vezes o poder de captação de luz
do Telescópio Espacial Hubble.
Lin e Kaltenegger
disseram que os espectrógrafos de alta resolução do ELT podem discernir água,
metano e oxigénio tanto para Proxima b como para TRAPPIST-1e, caso estes
planetas sejam como o nosso próprio ponto azul pálido.
A cerca de 4
anos-luz da Terra, Proxima b pode ser resolvido por novos telescópios
terrestres, dando aos astrónomos uma vantagem em observar este mundo próximo.
"Assumindo
que estes mundos possam ser como uma Terra jovem ou moderna, com atmosferas
semelhantes ou empobrecidas," realçou Kaltenegger. "Zifan criou uma
base de dados de impressões digitais leves para estes mundos, um guia para
permitir que os observadores aprendam a encontrar sinais de vida, caso exista.
Kaltenegger
disse: "Estamos a fornecer um modelo de como encontrar vida nestes
mundos."
Fonte: Astronomia OnLine
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