Simulação mostra exoplanetas com maior potencial de habitabilidade
Concepção artística mostrando um planeta hipotético com duas
luas orbitando dentro da zona habitável de uma estrela anã vermelha.[Imagem:
NASA/Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics/D. Aguilar]
Química atmosférica
A fim de procurar vida espaço sideral
afora, os astrônomos primeiro precisam saber onde procurar. Um novo conjunto de
simulações promete ajudá-los a restringir suas observações aos alvos mais
promissores.
Esta é a primeira vez que se consegue
combinar modelagem climática 3D com química atmosférica.
Howard Chen e seus colegas da
Universidade Northwestern, nos EUA, estudaram a potencial habitabilidade de
planetas ao redor de estrelas anãs M - que representam cerca de 70% da
população galáctica total - levando em consideração a radiação da estrela e a
taxa de rotação do planeta.
As simulações mostram que não é
apenas a distância da estrela que importa: A radiação da estrela é um fator
decisivo para determinar se um planeta é ou não habitável.
Os planetas que orbitam estrelas
ativas são vulneráveis à perda de quantidades significativas de água devido à
vaporização. Isso contrasta fortemente com pesquisas anteriores, baseadas em
modelos climáticos sem informações como a fotoquímica ativa do planeta.
A equipe também descobriu que muitos
planetas localizados na zona habitável não poderiam sustentar vida devido às
suas camadas de ozônio muito finas. Apesar de terem temperaturas superficiais
compatíveis com a vida na Terra, as camadas de ozônio desses planetas permitem
que muita radiação UV passe e penetre no solo. O nível de radiação seria
perigoso para a vida na superfície.
Habitabilidade planetária
"A fotoquímica 3D desempenha um
papel enorme porque fornece aquecimento ou resfriamento, o que pode afetar a
termodinâmica e talvez a composição atmosférica de um sistema planetário,"
explicou Chen. "Esses tipos de modelos nunca foram realmente utilizados na
literatura de exoplanetas estudando planetas rochosos porque são muito caros em
termos computacionais.
Outros modelos fotoquímicos que estudam planetas muito
maiores, como gigantes gasosos e júpiteres quentes, já mostram que não se pode
negligenciar a química quando investigamos o clima."
A equipe acredita que esta informação
ajudará astrônomos observacionais na busca pela vida em outros planetas.
Instrumentos como o Telescópio Espacial Hubble e o Telescópio Espacial James
Webb, ainda a ser lançado, mostram uma capacidade crescente de detectar vapor
de água e ozônio em exoplanetas. Só é necessário saber para onde apontá-los.
"'Estamos sozinhos?' é uma das
mais importantes perguntas sem resposta," comentou Chen. "Se pudermos
prever quais planetas têm mais probabilidade de hospedar a vida, então podemos
ficar muito mais perto de respondê-la no horizonte temporal de nossas
vidas".
Fonte: Inovação Tecnológica
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