Estrela engolindo planeta ilustra destino final da Terra
Morte de um planeta
Astrônomos
conseguiram o primeiro registro observacional de uma estrela chegando a fim de
sua vida e inchando até engolir um de seus planetas.
Em
cerca de 5 bilhões de anos, nosso Sol chegará a uma etapa de envelhecimento
semelhante, possivelmente atingindo 100 vezes seu diâmetro atual e se tornando
o que é conhecido como uma gigante vermelha.
Durante
esse surto de crescimento, ele absorverá Mercúrio, Vênus e possivelmente a
Terra.
"Esse
tipo de evento foi previsto por décadas, mas até agora nunca havíamos observado
como esse processo se desenrola," disse Kishalay De, membro da equipe.
O
evento, formalmente chamado ZTF SLRN-2020, foi descoberto com o auxílio de
vários telescópios terrestres e do observatório espacial Neowise.
O
planeta provavelmente era do tamanho de Júpiter, com uma órbita ainda mais
próxima de sua estrela do que a de Mercúrio é do Sol. A estrela está no início
da fase final de sua vida, sua fase de gigante vermelha, que poderá durar mais
de 100 mil anos.
Como uma estrela engole um planeta
As estrelas tipo solar incham quando chegam perto do fim de suas vidas. [Imagem: International Gemini Observatory/NOIRLab/NSF/AURA/P. Marenfeld]
Depois
de ficar sem combustível em seu núcleo, uma estrela semelhante ao Sol começa a
inchar, diminuindo a distância em relação aos seus planetas mais próximos,
acabando por consumi-los inteiramente.
Uma
estrela tipo solar funde hidrogênio em hélio em seu núcleo quente e denso, o
que permite que a estrela resista ao peso esmagador de suas camadas externas.
Quando o hidrogênio no núcleo acaba, a estrela começa a fundir hélio em
carbono, e a fusão de hidrogênio migra para as camadas externas da estrela,
fazendo com que elas se expandam, transformando a estrela em uma gigante
vermelha.
No
caso agora observado, à medida que a estrela se expandia, sua atmosfera externa
acabou envolvendo o planeta. O arrasto da atmosfera desacelerou o planeta,
encolhendo sua órbita e, eventualmente, enviando-o para baixo da superfície
visível da estrela, como um meteoro queimando na atmosfera da Terra.
A
transferência de energia fez com que a estrela aumentasse temporariamente de
tamanho e se tornasse algumas centenas de vezes mais brilhante. Observações
recentes mostram que a estrela voltou ao tamanho e brilho que tinha antes de
absorver o planeta.
A
morte planetária ocorreu em nossa própria galáxia, a cerca de 12.000 anos-luz
de distância, perto da constelação da Águia. O sinal veio quando os astrônomos
observaram uma explosão de uma estrela que se tornou mais de 100 vezes mais
brilhante em apenas 10 dias, antes de desaparecer rapidamente.
Curiosamente,
esse flash branco quente foi seguido por um sinal mais frio e duradouro. Essa
combinação, deduziram os cientistas, só poderia ter sido produzida por um
evento: Uma estrela engolindo um planeta próximo.
Fonte: Inovação Tecnológica
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