Novas imagens do Webb mostram galáxias bebês ricas em gás incendiando o universo primitivo
Novas
imagens feitas pelo Telescópio Espacial James Webb estão ajudando os astrônomos
a desvendar os segredos de como galáxias recém-nascidas começaram uma explosão
de formação de estrelas no início do universo.
Galáxia alvo vista pelo Telescópio Espacial James Webb (à esquerda) e pelo Telescópio Espacial Hubble (à direita). A resolução e clareza sem precedentes das imagens do JWST permitiram a identificação de galáxias vizinhas (círculos ciano) que o Hubble nem conseguia ver. Crédito: Centro de Excelência ARC para Toda Astrofísica do Céu em 3 Dimensões (ASTRO 3D)
Algumas
galáxias iniciais do universo eram abundantes com gás que brilhava tão
intensamente que sobrepunha as estrelas emergentes. Em uma pesquisa publicada
no dia de hoje, 6 de novembro de 2023, os astrônomos descobriram como essas
galáxias estavam brilhando há 12 bilhões de anos.
As
imagens feitas pelo Telescópio Espacial James Webb mostraram que quase 90% das
galáxias no universo primordial tinham gás brilhante, e produziam o que é
chamada pelos astrônomos de linhas de emissões extremas no espectro.
“As
estrelas nessas jovens galáxias eram impressionantes, produziam a quantidade
correta de radiação para excitar o gás ao redor. Esse gás, por sua vez, era
sete vezes mais brilhante do que as próprias estrelas”, disse o Dr. Anshu
Gupta, do ARC Center of Excellence for All Sky Astrophysics in 3 Dimensions, o
famoso ASTRO 3D, e da Curtain University, um nó do International Centre for
Radio Astronomy Research o ICRAR, e o principal autor do artigo que descreve a
descoberta.
“Até
agora, isso foi um grande desafio para nós entendermos como essas galáxias eram
capazes de acumular tanto gás. Nossas descobertas sugerem que cada uma dessas
galáxias tinha no mínimo uma galáxia vizinha próxima. A interação entre essas
galáxias seria a causa do gás esfriar e dar início a um intenso episódio de
formação de estrelas, resultando nessa extrema emissão detectada no espectro”.
Imagens de uma galáxia distante de linha de emissão extrema. Visto pelo Telescópio Espacial James Webb (à esquerda) e pelo Telescópio Espacial Hubble (à direita). Esta comparação destaca a clareza das imagens JWST. Crédito: Centro de Excelência ARC para Toda Astrofísica do Céu em 3 Dimensões (ASTRO 3D)
A
descoberta é um exemplo gráfico da clareza sem paralelo das imagens fornecidas
pelo Telescópio Espacial James Webb para estudar o universo primordial.
“A
qualidade dos dados do James Webb é excepcional”,disse o professor Gupta. “Ele
tem a profundidade e a resolução necessária para ver as vizinhas e o ambiente
ao redor das galáxias iniciais do universo, quando ele tinha apenas 2 bilhões
de anos de vida. Com esse detalhe, nós somos capazes de ver uma diferença
marcante no número de vizinhas entre as galáxias com emissões extremas e
aquelas que não tem”.
Anteriormente
os astrônomos tinham muita dificuldade de fazer uma imagem com clareza de
galáxias localizadas 2 bilhões de anos depois do nascimento do universo. Como
muitas estrelas estão se formando nessa etapa da vida das galáxias, a tarefa de
ter uma imagem clara das galáxias é muito complicado, então só algumas eram
imangeadas.
Antes
do James Webb, os astrônomos só conseguiam imagens de galáxias realmente
passivas, a maioria delas localizadas em aglomerados densos, tornando esses
estudo muito complicado. Com a tecnologia então disponível para os astrônomos,
95% das galáxias usadas nesses estudo atual não podiam ser observadas. O James
Webb veio e revolucionou tudo.
Imagens de uma galáxia distante de linha de emissão extrema. Visto pelo Telescópio Espacial James Webb (à esquerda) e pelo Telescópio Espacial Hubble (à direita). Esta comparação destaca a clareza das imagens JWST. Crédito: Centro de Excelência ARC para Toda Astrofísica do Céu em 3 Dimensões (ASTRO 3D)
A
descoberta feita pelos astrônomo com o James Webb está de acordo com as
premissas levantadas anteriormente. Os astrônomos suspeitavam que essas
galáxias extremas eram sinais de uma intensa interação que ocorria no início do
universo, mas só com os olhos precisos do James Webb eles puderam confirmar
isso.
A
pesquisa foi realizada com dados obtidos como parte do projeto JWST Advanced
Deep Extragalactic Survey, ou JADES, que explora as primeiras galáxias do
universo com um imageamento profundo feito em infravermelho e com uma
espectroscopia de múltiplos objetos. Isso abre uma nova janela para futuros
estudos.
O
que realmente deixa os astrônomos animados sobre esse trabalho é que eles
conseguiram ver similaridades nas linhas de emissão entre as primeiras galáxias
para as galáxias que se formaram mais recentemente e são mais fáceis de serem
medidas. Isso significa que nós podemos ter mais de uma maneira de responder
questões sobre o início do universo, um período que é tecnicamente complicado
de ser estudado.
Essa
pesquisa é o coração do trabalho feito do Galaxy Evolution Program. O objetivo
desse programa é entender como as primeiras galáxias do universo eram, e assim
os astrônomos podem responder perguntas sobre a origem dos elementos químicos
que compõem tudo na nossa vida atual aqui na Terra.
Fonte:
Phys.org
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