Cientistas têm nova tese sobre núcleo metálico de Mercúrio
Envolto em mistérios, o menor
planeta do Sistema Solar vem sendo observado desde os anos 1960.
Sob a superfície de Mercúrio, segundo os cientistas, há uma camada sólida de diamantes
Mercúrio intriga cientistas com seu núcleo metálico desproporcional, que representa 70% da massa do planeta. Nova pesquisa propõe que uma colisão rasante entre protoplanetas de massa semelhante, e não um impacto extremo, pode explicar sua estrutura incomum — hipótese reforçada por simulações avançadas.
Envolto em mistérios, o menor
planeta do Sistema Solar vem sendo observado desde os anos 1960. De acordo com
os cientistas, Mercúrio possui um núcleo desproporcionalmente grande,
representando cerca de 70% de sua massa — muito mais do que os núcleos da Terra
ou de Marte. Esse enigma, conhecido como ‘Problema de Mercúrio’, desafia
explicações convencionais sobre a formação planetária.
A hipótese mais antiga sugere que
Mercúrio sofreu uma colisão catastrófica com um corpo de massa muito diferente,
que teria removido grande parte de sua crosta e manto. No entanto, simulações
indicam que esse tipo de impacto entre objetos de tamanhos tão distintos seria
extremamente raro no jovem Sistema Solar, tornando essa explicação pouco
provável.
Estudo
Uma recente pesquisa, no entanto,
publicada na revista Nature Astronomy propõe um cenário alternativo: Mercúrio
teria se formado a partir de uma colisão rasante entre dois protoplanetas de
massas semelhantes. Segundo Patrick Franco, autor principal do estudo, esse
tipo de impacto é estatisticamente mais plausível e pode explicar a estrutura
interna incomum do planeta sem recorrer a eventos excepcionais.
No ambiente caótico do Sistema
Solar primitivo, embriões planetários colidiam com frequência enquanto
disputavam posições orbitais. Simulações de hidrodinâmica de partículas
suavizadas (SPH, na sigla em inglês) realizadas pelos pesquisadores mostraram
que uma colisão entre corpos semelhantes poderia remover até 60% do manto
original de Mercúrio, preservando sua elevada proporção de metal em relação ao
silicato.
O estudo também aborda o destino do material ejetado durante o impacto. Em colisões entre objetos de tamanhos diferentes, esse material tende a ser reincorporado ao planeta, o que não explicaria a estrutura atual de Mercúrio. Já no modelo proposto, parte dos detritos pode ter sido dispersa permanentemente, mantendo a desproporção entre núcleo e manto.
Pesquisas
Os autores sugerem que mecanismos
presentes nas primeiras dezenas de milhões de anos do Sistema Solar poderiam
ter impedido a confluência desses detritos. Planetesimais e embriões vizinhos,
como Vênus, podem ter absorvido parte do material, hipótese que ainda requer
investigação mais detalhada.
Para validar essas teorias, será
necessário aprofundar a análise geoquímica de Mercúrio, meteoritos e,
idealmente, obter amostras diretas do solo. Embora missões de retorno de
amostras ainda estejam em fase conceitual, a missão BepiColombo da ESA/JAXA, prevista
para chegar a Mercúrio em 2026, promete fornecer dados valiosos sobre sua
composição, campos magnético e gravitacional.
Apesar de ser o planeta menos
explorado do Sistema Solar, Mercúrio está prestes a ganhar destaque com novas
pesquisas e missões. Segundo Franco, essa nova geração de estudos poderá
finalmente desvendar os segredos de sua formação e esclarecer o papel das
colisões na evolução dos planetas rochosos.
Msn.com

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