Desviar um asteroide requer uma mira precisa, senão...
Mira espacial
Em Setembro de 2022, a sonda
espacial DART chocou-se com o asteroide Dimorfo, naquela que foi a primeira
demonstração de uma tecnologia de defesa planetária, para ver como impactos
podem ajudar a desviar asteroides ou cometas que entrem em rota de colisão com
a Terra.
Um dos mapas de probabilidade de
buraco de fechadura do asteroide Bennu. A mira corresponde à localização na
superfície que minimiza o risco de impacto do asteroide após a deflexão. [Imagem:
Rahil Makadia]
Os resultados científicos
mostraram que a técnica é factível, mas agora cientistas descobriram que será
necessário dar uma atenção especial à pontaria quando o impacto for para valer.
O problema é que acertar a
superfície de um asteroide indiscriminadamente traz um risco substancial de
lançar o asteroide através de um "buraco de fechadura gravitacional",
que o enviará de volta para atingir a Terra mais tarde.
Quando a sonda DART atingiu
Dimorfo não havia tanta preocupação, já que o sistema Dídimo é massivo demais
para ser desviado para uma rota de colisão com a Terra. No entanto, para outro
asteroide perigoso orbitando o Sol, mesmo uma pequena variação em sua órbita
poderia enviá-lo através de uma rota perigosa.
"Mesmo que intencionalmente
empurremos um asteroide para longe da Terra com uma missão espacial, precisamos
garantir que ele não caia em um desses buracos de fechadura depois. Caso
contrário, enfrentaremos a mesma ameaça de impacto novamente no futuro,"
disse Rahil Makadia, da Universidade de Illinois, nos EUA.
Buraco de fechadura
gravitacional
O efeito buraco de fechadura
envolve uma pequena região do espaço onde a gravidade de um planeta pode
modificar a órbita de um asteroide que passa, de modo que ele retorne em rota
de colisão com esse planeta posteriormente. Dessa forma, um buraco de fechadura
gravitacional acaba criando órbitas mais perigosas.
Se uma missão de impacto
cinético, semelhante à DART, empurrar um asteroide de modo que ele passe por um
buraco de fechadura gravitacional, isso apenas adiará o perigo.
A saída, portanto, é encontrar o
melhor ponto na superfície do asteroide para mirar o impacto, de modo que as
chances de empurrá-lo através do buraco da fechadura sejam minimizadas.
Não é uma tarefa tão simples
quanto mirar em um alvo de tiro porque não há círculos concêntricos marcados no
asteroide, e menos ainda uma mosca, o ponto central do alvo. Na verdade, cada
ponto na superfície de cada asteroide tem uma probabilidade diferente de
enviá-lo através de um buraco de fechadura gravitacional após um impacto
cinético.
Para lidar com essa dificuldade,
a equipe desenvolveu uma técnica para calcular mapas de probabilidade da
superfície de um asteroide. O método utiliza os resultados do DART como guia,
embora cada asteroide, com suas próprias características, seja diferente, de
modo que precisaremos de mais dados, o que significa mais testes de impacto em
outros asteroides.
Visitar o asteroide antes
O estudo da equipe mostrou que
primeiro é necessário caracterizar a forma do asteroide, a topologia da sua
superfície (colinas, crateras, etc.), a rotação e a massa.
Em condições ideais, isso seria
feito com uma missão espacial para se aproximar do asteroide, produzindo
imagens e dados de alta resolução. Infelizmente isso pode não ser possível para
todos os asteroides ameaçadores, especialmente se o tempo entre a descoberta da
ameaça e o impacto na Terra for curto.
"Felizmente, toda essa
análise, pelo menos em nível preliminar, é possível usando apenas observações
terrestres, embora uma missão de encontro seja preferível," comentou
Makadia.
Inovacaotecnologica.com.br

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